Outro dia em uma destas conversas virtuais que nos habituamos a fazer em tempos de pandemia, me indagava com um coléga quadrinista “Por que faço quadrinhos?”. Eu não soube me dar uma resposta clara, pois mesmo puxando pela memória, ao menos trabalhando com, eu vi muito mais contras do que prós. Porque seguia persistindo? Por que dedicava até mesmo tempo de outras coisas, fazendo histórias que sequer sabia se leriam? Por quê?
      Assim fiquei por um bom tempo, matutando, matutando e matutando. Querendo saber a razão desta paixão tão abusiva que eu seguia dia após dia.
       Então um dia, arrumando gibis antigos encontrei quadrinhos da infância. Raridades como Luluzinha, Bolinha, Peanults, Disney, Turma da Mônica, Família Dinossauro e muito mais que não quero me alongar aqui listando. Mas a sensação de conforto e diversão que me deu ao pegar aqueles quadrinhos nas mãos, foi a resposta que buscava. O que me prendia e me prende onde estou hoje, não só é meu amor por arte, mas também uma necessidade constante de me reencontrar com aquela época de certo conforto e alegria e, ao mesmo tempo, tento passar isto adiante de alguma forma. 

     Simplesmente não dá para deixar de lado algo que venha para nos completar mesmo com boas memória, pois em tempos tão conturbados como os que vivemos hoje, precisamos pelo menos, de boas memórias. Quem sabe assim, consigamos chegar ao final de mais um dia com a sensação de missão cumprida.

      Mas queria deixar claro, que tudo isto foi uma breve divagação de como encontrei esta, como sendo uma das respostas. Não estou aqui para ditar regras e sim compartilhar pensamentos.

 

Forte abraço

Adriano